Mercedes-AMG Project One quer ser mais rápido de sempre no The Ring!

Aos poucos vamos sabendo mais detalhes do fascinante hiperdesportivo da Mercedes-AMG, o Project One e, a cada revelação, vamos ficando mais… boquiabertos. A mais recente é que o Project One tem, segundo o patrão da AMG, Tobias Moers, todas as condições para atacar o recorde do Nürburgring. Nada de especial, poderá pensar-se, perante um carro de mais de 1000 cv… Não, Moers não está a falar do recorde de veículos de produção, mas do recorde absoluto que já dura há quase 35 anos!

Para que não restem confusões: o actual recorde de automóveis de produção pertence ao Porsche 911 GT2 RS, com 6.47 minutos. Mas a marca a que Tobias Moers se refere são os 6.11,1 m que deram a "pole position" ao malogrado Stefan Bellof, num Porsche 956 (imagem ao lado), nos 1000 Km do Nürburgring de 1983! Na corrida, o belga também faria a volta mais rápida, com 6.25,9 m e qualquer daquelas marcas são desafios impressionantes para um carro que será feito para lidar também… com o pára-arranca dos engarrafamentos e com uma utilização normal por parte de não-pilotos!

"É razoável especular sobre isso", foi a resposta de Tobias Moers sobre a possibilidade de o Project One atacar o recorde absoluto do "Inferno Verde", confessando que não só na AMG têm andado a estudar os anteriores recordes da pista como a maior dificuldade nessa conquista será… "encontrar o piloto certo para tamanho desafio"!

O responsável da AMG revelou mais alguns dados curiosos do Project One permitindo… concluir outros. Ao referir que a aerodinâmica activa do hiperdesportivo conseguirá imprimir uma carga aerodinâmica de 675 kg – mesmo assim menor que os 800 kg do McLaren Senna a 250 km/h, com a sua gigantesca asa traseira – e que essa força que o colará à estrada será cerca de metade do peso do carro, "disse-nos" que o Project One pesará apenas 1300 a 1400 kg, uma "pluma" para um carro de 1000 cv!

Ou mais, promete Moers! Porque a mecânica híbrida centrada numa unidade térmica V6 turbo de 1,6 litros de cilindrada já terá atingido os 1000 cv e os técnicos de Brixworth – base dos motores de F1 e onde está a ser desenvolvida esta mecânica – estarão a tentar aproximá-lo dos 1100 cv…

Curiosamente, segundo o responsável de Brixworth, Andy Cowell, comentou à revista britânica "Autocar", o maior problema nem é a questão de fiabilidade, nem a sua utilização em estrada, nem mesmo o controlo da temperatura num engarrafamento sob as temperaturas escaldantes do Dubai. Os maiores problemas são, por um lado, controlar as emissões e, por outro, fazer com que uma mecânica que só funciona com um "batalhão" de engenheiros à sua volta, passe a trabalhar com o simples carregar num botão e sob quaisquer condições meteorológicas e mesmo que esteja parado durante muito tempo…

O Projecto One deverá ser um Mercedes-AMG produzido em Inglaterra… Pelo menos o motor vai ser feito em Brixworth e a caixa manual robotizada de oito velocidades será da Xtrac. Mas também o chassis e a carroçaria, feitos em fibra de carbono, deverão ser produzidos no Reino Unido onde há uma grande "know how" em termos de construção de automóveis de competição que, no fundo, é o que este Project One é!

Sabe-se que um dos poucos exemplares que serão construídos já foi garantido por um português que se disponibilizou a pagar três milhões de euros pelo seu exemplar. Como é possível alguém pagar tanto por um automóvel? Tobias Moers teve uma revelação ainda mais surpreendente: para as 275 unidades que serão feitas a Mercedes-AMG recebeu… 1100 pedidos de clientes tidos como credíveis!