Conheça os detalhes e veja como foi feito o Cupra e-Racer

É o primeiro carro de Turismo feito de raiz como projecto de carro de competição eléctrico e já aqui o tínhamos apresentado: o Cupra e-Racer dá o mote para o lançamento de um novo campeonato, o E TCR – a versão eléctrica do TCR, organizada pela WSC Technology – que espera vir a contar com mais construtores. Mas sabe como foi feito? Essa é a breve história que aqui lhe trazemos, a de um chassis de Seat Leon que renasceu como uma excitante máquina de competição!

Primeiro houve que "despir" o chassis de tudo o que é desnecessário à competição para reduzir ao mínimo o peso, até porque o e-Racer teria de levar uma bateria bem pesada… Depois, a rigidez da estrutura foi aumentada com os habituais elementos de segurança dos carros de competição. Até aqui, nada de verdadeiramente novo. Os problemas, dificuldades e a descoberta de um novo mundo começam com a instalação da mecânica e dos "periféricos".

A maior dificuldade foi a colocação da bateria, enorme, com 23 painéis de 264 células cada (6072 no total), com uma capacidade energética equivalente à de… nove mil "smartphones" e totalmente recarregável em apenas 40 minutos. Dificuldade maior: pesa 450 kg, o que representa um terço do peso total do carro! "A colocação da bateria era um dos nossos maiores desafios", explicou o director-técnico do projecto, Xavier Serra. "É de tal forma imponente e pesada que quisemos distribuir o seu volume na zona mais baixa do carro para manter um bom equilíbrio e boa funcionalidade".

Depois, houve que montar a parte mecânica propriamente dita e que é verdadeiramente invulgar com quatro motores eléctricos… todos no eixo traseiro. Ao todo são 408 cv em permanência, com a possibilidade de picos de potência de 680 cv! "Um dos aspectos mais surpreendentes deste carro é a sua potência", assegura Xavier Serra. "Os motores do Cupra e-Racer atingem as 12.000 rpm contras as 6500 rpm de um convencional carro de competição e isso com apenas uma velocidade".

Por fim, para tornar o carro ainda mais rápido, havia que afinar a aerodinâmica e o cuidado com o detalhe levou à eliminação dos retrovisores exteriores para diminuir o atrito com o ar, trocados por mini-câmaras! "O objectivo foi apenas de melhorar a aerodinâmica". O piloto passa a ver o que se passa atrás de si num grande ecrã integrado no painel de instrumentos.

Se a aceleração deste Cupra e-Racer é, segundo Xavier Serra, aquilo que mais impressiona, não deixa de ser estranho o seu ruído característico: "Ao contrário de um carro convencional, este modelo eléctrico apenas emite um zumbido como se fosse… um mosquito". Mesmo assim, deverá ser ainda mais rápido que o incomodativo insecto, ao acelerar até aos 100 km/h em 2,7 s, conseguindo atingir os 270 km/h! Um projecto que "consumiu" vinte mil horas de trabalho mas que atingiu os propósitos de ter um autêntico e muito competitivo automóvel eléctrico para corridas.