A história do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) tem sido particularmente conturbada. Inicialmente com a Fiat a salvar a Chrysler da bancarrota, no que a alguns pareceu ser uma jogada de mestre de Sergio Marchionne, mas que sempre deixou muitas dúvidas sobre o verdadeiro resultado da fusão entre os dois grupos, consumada em 2014…
E agora eis que os rumores de um cenário verdadeiramente negro começam a dar razão aos que sempre olharam de soslaio para Marchionne. Em especial pela sua forma muito estratégica de movimentar as peças num tabuleiro de alianças, descurando totalmente aquilo que é fundamental para a sobrevivência das marcas de automóveis: o produto, com a sua qualidade, novidade e rejuvenescimento das gamas!
Facto: o fecho das contas do terceiro trimestre de 2016 aponta para uma dívida do grupo FCA na casa dos 7 mil milhões de dólares, qualquer coisa como 6,6 mil milhões de euros. Um resultado que não se deve apenas à má "performance" comercial – aqui, as marcas do lado da Chryserl, em especial os SUV da Jeep e as pick-up Ram até têm tido comportamento positivo –, mas também a diversas recolhas por defeitos de fabrico e as multas inerentes…
Apurado este valor verdadeiramente preocupante, logo se começou a falar em medidas drásticas para "tapar" rapidamente o "buraco" e que poderiam passar pela venda de… dois dos melhores anéis do grupo FCA, nada menos que a Alfa Romeo e a Maserati! Não se fala ainda de interessados, embora há muito que se saiba que o Grupo VW sempre cortejou a Alfa Romeo… Mas ainda mal refeito do "Dieselgate", talvez não seja a altura apropriada para entrar neste negócio…
Outra possibilidade de que se fala é a venda da Magnetti Marelli, produtor e fornecedor de componentes electrónicos, pertencente ao Grupo Fiat (logo à FCA). Com uma vantagem: esta empresa factura anualmente dezenas de milhares de milhões de euros, pelo que a sua venda poderia ser um bom negócio para a Fiat, desde que garantisse uma posição privilegiada entre os clientes da marca.
Ainda que no campo dos rumores, esta hipótese parece, contudo, ser a única saída para Marchionne conseguir endireitar as contas do grupo FCA. O que não deixará de arrepiar os fãs da Alfa Romeo e da Maserati, duas marcas de culto que foram absorvidas pelo Grupo Fiat em 1986 e 1993, respectivamente.