Se há longos anos que é quase uma imagem inseparável dos salões automóveis a ligação de belas mulheres aos novos modelos em exposição, essa era está a terminar. E o salão automóvel de Genebra, que abre portas já na próxima semana, deverá mostrá-lo de forma muito clara, com vários construtores a renunciarem à contratação de modelos femininos para posarem junto dos seus automóveis. Os salões seguem, assim, o caminho dos Grandes Prémios de F1 que, este ano, já não terão as "grid girls" a indicar as posições dos pilotos nas grelhas de partida.
O exemplo mais gritante parte mesmo da Fiat Chrysler Automobiles. As marcas italianas do grupo sempre tiveram os "stands" onde a testosterona corria a velocidades proibitivas, com beldades do outro mundo! Este ano, contudo, a FCA cancelou a maior parte dos contratos que tinha com modelos, evitando críticas especialmente nos Estados Unidos. Não quer dizer que vá deixar de recorrer de todo aos seus serviços, mas terá também muito mais homens nos seus espaços, procurando um equilíbrio politicamente correcto.
Segundo divulgou a "Bloomberg", a Toyota e a Nissan estão entre as marcas que renunciaram à contratação de modelos femininos para a promoção dos seus automóveis, com as explicações de Sara Jenkins, porta-voz da Nissan: "Os tempos mudaram. Faz mais sentido usar especialistas no produto porque, afinal, estamos ali para vender carros".
No meio de todo este ambiente politicamente correcto, nunca nenhum dos decisores teve o cuidado de ouvir… as modelos que desempenham aquelas funções. Em relação aos salões ainda não houve reacções mas, após o anúncio do fim da sua presença nas grelhas de partida das corridas de Fórmula 1, várias modelos lamentaram a decisão, dizendo que não só gostavam do que faziam, como sempre era mais uma fonte de rendimento para quem não ganha as fortunas das "top models" que fazem as capas das revistas…