O Ignis é um mini-SUV urbano, mas não teme pequenas aventuras fora de estrada, mesmo na versão de duas rodas motrizes. As dimensões compactas garantem a agilidade em cidade e a altura ao solo permite-lhe avançar em estradões de terra.
Guiámos o 1.2 AGS 2WD com o motor "normal", caixa de velocidades robotizada (AGS), tracção dianteira e o nível de equipamento GLX, uma proposta à medida do mercado nacional.
DESIGN. É pequeno nos seus 3,7 metros de comprimento e surge no mesmo universo do Fiat Panda. Assume uma imagem original, com uma traseira com uma inclinação ao estilo coupé, e o estilo marca a sua identidade. As rodas colocadas nos extremos da carroçaria permitiram maximizar o espaço no habitáculo.
CARROÇARIA. A habitabilidade para os ocupantes dos bancos dianteiros é interessante e na traseira o espaço ao nível dos joelhos é capaz de surpreender. Mas, como acontece com este tipo de veículos compactos, quando a largura não vai além de 1,69 metros, não se pode esperar muito espaço ao nível dos ombros.
Os 260 litros de volume da bagageira não são impressionantes, mas são um valor excelente para um veículo com estas dimensões. Os bancos traseiros podem deslocar-se longitudinalmente e, se essa operação rouba espaço aos ocupantes dos bancos posteriores, permite dilatar o volume de carga que pode chegar aos 1.100 litros com os assentos rebatidos.
O design interior é moderno e funcional e os materiais têm boa aparência. Há muitos porta-objectos e o porta-luvas é amplo. O volante apenas tem regulação em profundidade e isso acaba por condicionar a posição de condução para os mais altos.
Há dois níveis de equipamento – GLE e GLX (modelo ensaiado) – mas em qualquer dos casos a oferta é completa. Há um ecrã central de sete polegadas, compatível com os sistemas Android e Apple Carplay, câmara traseira e volantes multi-funções, cruise-control e diversos sistemas de segurança.
MOTOR. O Ignis está disponível com um motor quatro cilindros a gasolina com 1.2 litros de cilindrada e 90 cv de potência, com tracção 4x2 ou 4x4. Está disponível uma proposta "híbrida-light" com um motor eléctrico que pode aumenta a potência em 3 cv, mas guiámos a versão 1.2 AGS 2WD com o motor "normal" e tracção dianteira.
AO VOLANTE. Gostámos da "genica" do motor. Os 90 cv não impressionam. Mas a versão 4x2 tem um peso na casa dos 885 kg e a relação peso/potência garante o dinamismo de condução.
O modelo ensaiado estava equipado com a caixa de velocidades robotizada (AGS) que, à partida, poderia reduzir o recurso ao comando da caixa manual para garantir uma condução mais agressiva, mas não nos convenceu.
Para tirar total partido da proposta AGS é necessário habituação. Mas, mesmo assim, há um tempo de espera (parece um soluço) na passagem de velocidade e quando se pressiona o acelerador para fazer uma ultrapassagem o motor grita tanto, que parece que estamos prestes a levantar voo. Experimentámos a opção manual disponível com esta transmissão, e pouco ou nada se alterou...
Por isso, consideramos que para quem gosta de passear, sem grandes variações de velocidade, até pode ser uma alternativa, mas numa condução normal os 1.000 euros da caixa robotizada não são uma mais-valia. Mesmo assim, cada um sabe de si...
A suspensão procura o melhor compromisso entre o conforto e o comportamento dinâmico, mas a curta distância entre-eixos não evita as vibrações nas zonas de piso mais degrado e a altura ao solo permite algum rolamento de carroçaria, o que acaba por ser sensível a velocidades mais elevadas em estradas sinuosas. Isso é tão evidente no alcatrão como nos estradões de terra, onde é possível progredir sem dificuldades com este modelo que é um bom "todos-os-caminhos".
Em contraponto, tempos de elogiar o consumo. Sem qualquer tipo de preocupação com o andamento registámos uma média de 6,6 litros/100 km em estradas sinuosas, vários troços de auto-estrada e pára-arranca urbano. É um bom valor para um motor a gasolina com 1.2 litros de cilindrada.
FICHA TÉCNICA
Motor: 1.2 Dualjet
Cilindrada: 1.242 cc
Potência máxima: 90 cv/6.000 rpm
Binário máximo: 120 Nm/4.400 rpm
Velocidade máxima: 170 km/h
0 a 100 km/h: 12,2 s
Consumo médio: 4,6 l/100 km
Emissões de CO2: 104 g/km
Preço versão ensaiada: 15.884 €
+ PROPOSTA. É uma solução original para quem pretende um veículo muito compacto e não prescinde do estilo SUV.
- CAIXA ROBOTIZADA. Pode ser uma solução para reduzir o stress da condução, mas não é uma mais-valia. Nós optaríamos pela transmissão convencional e poupávamos cerca de 1.000 €.