O Mercedes GLA está no mercado desde 2014. O tempo passou e a marca de Estugarda renovou esta proposta, vincando a sua imagem SUV, o mesmo é dizer o potencial ao nível de uma utilização no campo do lazer, que vai para além da resposta às necessidades do quotidiano.
Mas as alterações não ficaram por aqui: as barras no tejadilho passam a fazer parte do equipamento de série, tal como jantes de 17 polegadas, o que, aliado a uma maior altura ao solo (30 mm), garante uma imagem mais dinâmica a este modelo.
HABITÁCULO. No interior não há novidades ao nível do design, mas há uma evolução no desenho dos bancos e novas propostas de personalização com acabamentos em alumínio, madeira e fibra de carbono. No campo dos opcionais, destaque para a câmara de 360 graus que permite perceber tudo o que passa em torno do veículo numa imagem "projectada" no ecrã de oito polegadas.
Os preços começam nos 36 900 euros para a versão GLA 180 d (109 cv), o que representa um aumento na ordem dos 1 400 euros face ao seu antecessor. Mas, segundo a Mercedes, este aumento é compensado com um enriquecimento ao nível do equipamento de série, que a marca contabiliza em 4 300 euros.
Na prática, no mercado nacional onde as propostas de duas rodas motrizes são as mais procuradas, para além de uma posição de condução mais elevada, fruto da maior altura ao solo garantida pela suspensão e pelas jantes de maior diâmetro, apenas os plásticos que marcam o estilo da carroçaria fazem a diferença entre o Classe a 180d e o GLA 180d.
Mas essa diferença é evidente para quem está ao volante e observa os olhares cobiçosos de quem passa à volta e ainda mais evidente ao nível de um preço 7 500 euros mais elevado, um valor exagerado.
A altura ao solo dos novos GLA (de série) passou a ser semelhante à que estava disponível anteriormente com o "Pack Off Road" pago à parte, mas esta evolução não altera de fora evidente o comportamento em curva. O adornamento da carroçaria é ligeiramente maior, mas não condiciona a estabilidade direccional.
Para quem faz contas à vida, os consumos são relevantes e se não é impossível fazer médias na casa dos 5,0 litros/100 km, valores na ordem dos 6,0 litros/100 km são possíveis com uma condução normal e isso merece aplausos.
Não se podem esperar milagres de um motor de 1.595 cc com 109 cv de potência, mas o motor é honesto e tem uma resposta interessante nos regimes intermédios. É certo que esta caixa de velocidades está longe de ser a mais precisa quando se procura uma maior rapidez para manter os regimes do motor, mas tudo se pode alterar com a transmissão automática 7G-DCT, apesar dela ser uma opção com um preço a rondar os 2 060 euros.
CONCLUSÃO. A Mercedes evoluiu o GLA de uma forma "soft". Os maiores progressos passam pela proposta do equipamento de série, mas também por uma maior polivalência das propostas 4x4, que em Portugal são tão penalizadas pela fiscalidades que nem vale a pena pensar nelas. É o problema de quem vive na União Europeia mas tem uma realidade diferente da "outra" Europa...
FICHA TÉCNICA
Motor 180d
Cilindrada (cc) 1 595
Potência máxima (cv/rpm) 109/5 000
Binário máximo (Nm/rpm) 200/1 250-4 000
Velocidade máxima (Km/h) 200
0 a 100 km/h (s) 9,0
Consumo médio (l/100 km) 5,7
Emissões de CO2 (g/km) 133
Preço desde (€) 36 900
+ POLIVALÊNCIA. É um modelo capaz de responder às necessidades familiares e ao mesmo tempo ir ao encontro de quem procuranovos caminhos para o lazer
- FISCALIDADE. A carga fiscal sobre veículos 4x4 é tão aberrante como contraproducente. O mesmo acontece com as portagens e tudo o que pode continuar a garantir rendimentos ao Estado e às PPP’s.