Já guiámos o Mercedes Classe E Coupé e sabemos os preços

GIRONA. "AQUELA MÁQUINA" esteve na Catalunha para conhecer o novo Mercedes Classe E Coupé, que chega ao nosso país no dia 16 deste mês. Pode não ser uma grande novidade face ao Classe E, mas é uma aposta na elegância e na imagem desportiva.

DESIGN. Não temos dúvidas em afirmar que gostámos deste coupé, mas também lamentamos que, no fim de contas, acaba por ser um Classe C Coupé em grande ou, se preferirem, um Classe S Coupé mais pequeno. De qualquer forma, como no meio é que está a virtude, esta proposta ganha elegância graças às suas proporções.

A plataforma partilhada com a versão de três volumes permitiu desenhar uma carroçaria mais volumosa. Face ao modelo anterior é 12,3 cm mais comprido, 7,4 cm mais largo e 3,2 cm mais alto. A largura permitiu dilatar as vias (7,0 cm), o que paga dividendos ao nível do comportamento dinâmico, e o comprimento superior garantiu uma distância entre eixos de 2,873 m (+ 11,3 cm), o que assegura mais espaço no habitáculo.

HABITÁCULO. O interior em pouco ou nada difere do que surge no modelo de três volumes. As diferenças surgem ao nível de detalhes como as saídas de ar da ventilação, com uma imagem que nos remete para as turbinas dos aviões a jacto, apesar da existência de alguns revestimentos e painéis específicos que só os mais atentos vão descortinar.

Os bancos são confortáveis, quer na frente, onde garantem bom apoio lateral, quer na traseira. Mas o coupé é um 2+2 e como tal só tem quatro lugares. Mesmo assim o espaço disponível para os ocupantes dos bancos traseiros merece aplausos. Face ao modelo anterior ganhou 7,4 cm ao nível dos joelhos e 9,25 cm em altura. Já o volume da bagageira (425 litros), sendo interessante, não impressiona. Fica aquém das propostas do Audi A5 Coupé e do BMW Serie 6 Coupé.

Disponível nos acabamentos Avantgarde e AMG Line, o Classe E Coupé de nível de equipamento mais baixo terá um painel de instrumentos com dois mostradores redondos de ponteiros e um ecrã central de 8,4’’. Mas poderá receber, obviamente, o duplo painel digital já presente nos outros Classe E, com os dois grandes ecrãs de 12,3’’ e com todos os sistemas de conectividade através do Apple Car Play ou Android Auto. A própria instrumentação pode ser configurada em três modos e visualizações distintos: Classic, Progressive e Sport.

MOTORIZAÇÕES. Na fase de lançamento a Mercedes propõe o 220d com 194 cv, a par de duas opções a gasolina: E200 de 184 cv e E400 4Matic de 333 cv. Todos os motores contam com a caixa automática de nove velocidades 9G-Tronic. Até ao final do ano a proposta de motores será dilatada e irá incluir, como não poderia deixa de ser, versões AMG, que podem ter surpresas.

Para além do E 63 AMG Coupé de 571 cv fala-se na possibilidade da estreia de uma versão E 50 AMG (em vez de um 43 AMG) com base no recente seis cilindros em linha de 3.0 litros, para ultrapassar os 400 cv…

AO VOLANTE. Tivemos a oportunidade de conduzir o E220d e o E400 e em qualquer dos casos gostámos do conforto oferecido. A redução de 15 mm na altura ao solo não é perceptível, pelo menos com o Dynamic Body Control (opcional por 2.350 €) que os equipava.

Se não se podem esperar milagres do motor 200, um quatro cilindros a gasolina com 184 cv de potência para 1,65 toneladas de peso, acabámos por ficar agradados com o 220d. É ágil e agradável graças à resposta a baixo regime (logo às 1 500 rpm), ajudando a esquecer que só estão disponíveis 194 cv de potência. Para além disso, é necessário elogiar o desempenho da caixa automática 9G-Tronic, que permite aproveitar todas as rotações do motor nos regimes intermédios. Ficámos ainda surpreendidos pelos níveis de consumo: com uma condução normal é fácil realizar médias na casa dos 6,3 litros ao 100 km...

Mas quem aprecia um verdadeiro coupé desportivo não está muito interessado em consumos. As performances é que contam e elas estão disponíveis no motor seis cilindros do E400. Os 333 cv podem não ser muitos, mas são de raça e permitem a condução desportiva que o excelente chassis do E Coupé oferece. E isso faz toda a diferença, até no preço...