
















Há um novo peso pesado chinês no nosso país: chama-se Foton e traz com ele uma linha alargada de veículos profissionais sob distribuição nacional do grupo JAP.
A Tunland G7 é um dos pontas de lança da gama, uma pick-up turbodiesel que aposta na versatilidade e na fiabilidade para trabalhar nos ambientes mais exigentes dentro e fora da estrada.
O lazer também não é ignorado, graças ao espaço e, principalmente ao conforto a bordo, pouco comum numa proposta com estas características.
As marcas chinesas presentes nas estradas portuguesas são cada vez mais uma realidade, com a larga maioria das propostas a caracterizarem-se pelas motorizações hibridizadas ou puramente eléctricas.
Pois a Foton Tunland G7 em ensaio não tem um "único" kilowatt a apoiar os 163 cv e 390 Nm debitados pelo bloco turbodiesel de 2.0 litros.
Preconceitos à parte, a pick-up segue o mesmo caminho de tantas outras, definidas por um visual robusto mas com muito estilo, como se percebe nas barras de protecção a darem-lhe um espírito ainda mais irreverente.
À frente, as ópticas LED afiladas dão-lhe uma postura muito desportiva, com a enorme grelha em preto a mostrar que está pronta para a acção, com a traseira a apresenta uma estética mais convencional como acontece nos seus rivais.
Esticada aos 5,34 metros de comprimento, com os guarda-lamas alargados a acolherem jantes de 18 polegadas assume uma ampla caixa de carga para volumes até 900 quilos, e com uma capacidade de reboque até 3.000 quilos.
Vão longe os tempos em que as pick-ups de trabalho ofereciam um interior espartano. Pois esta Tunland G7 é um bom exemplo de conforto e tecnologia.
E, numa proposta onde o preço é determinante para superar a concorrência, os materiais e acabamentos muito correctos quase a colocam a par de um SUV, mesmo se esteja longe de ser um veículo luxuoso.
Sendo uma pick-up de cabine dupla, o espaço interior é suficiente para levar cinco adultos de forma cómoda, o que acaba por não espantar tendo ela uma distância de 3,11 metros entre os dois eixos.
De série pode contar-se com um painel de instrumentos analógico de sete polegadas, alinhado com um ecrã de 10,3 para o infoentretenimento, que está resumido ao essencial.
O equipamento é completo para um veículo deste porte, sendo de série a climatização automática, e o aquecimento e regulação dos bancos em pele, com a câmara de visão periférica a 360 graus a ter uma resolução sofrível.
Uma das críticas que se fazem às pick-ups alimentadas a gasóleo é a ideia de estar-se ao volante dum tractor de luxo.
Pois esta proposta não foge à regra: clica-se no botão da ignição e logo o habitáculo é invadido pelo característico barulho do motor.
Percebe-se logo que o isolamento acústico do habitáculo não é um dos seus trunfos, mas o mesmo acontece com vários dos seus concorrentes.
Os 163 cv e 390 Nm do turbodiesel de 2.0 litros, passados de forma inteligente às duas ou quatro rodas através da caixa manual de seis relações, podem não impressionar mas mostram-se muito práticos.
Mesmo assim, as acelerações em baixo regime poderiam ser menos soluçantes, para depois sentir-se um enorme empurrão quando o binário passa das 2.000 rotações por minuto.
A velocidade máxima está tabelada nos 160 km/hora, demorando uns "eternos" 15,3 segundos a cumprir os zero aos 100 km/hora. O consumo combinado fixa-se nos 8,5 litros/100 km e as emissões de CO2 nos 235 g/km.
A cidade e a estrada aberta não são inimigas da Tunland G7, mesmo se a traseira seja algo instável, mas é nos estradões de terra, com alguns pedregulhos à mistura, que ela se sente como "peixe na água".
A tracção integral é eficiente quanto baste para atravessar os caminhos mais difíceis; nem sequer os ribeiros e as charcas são obstáculo, desde que não se tente o impossível.
E depois é a configuração da suspensão, com braços duplos à frente e lâminas tradicionais atrás, a absorver os solavancos e deficiências do piso sem grandes reclamações.
Os 21 cm de altura ao solo também se mostram suficientes em terrenos mais acidentados, apoiados pelos bons ângulos de ataque (28º) e de saída (19º).
Conforme o piso, pode escolher-se a tracção mais adequada – Auto, 2H, 4H e 4L –, apoiada pelo bloqueio do diferencial e, conforme o caso, pelo assistente de descida.
O controlo e a aderência ao piso nas travagens são igualmente efectivos para pará-la em segurança, dando uma óptima confiança ao condutor.
A Foton Tunland G7 pode não oferecer de oferecer a mesma qualidade de condução dos rivais mas a construção robusta e o equipamento de série fazem dela uma proposta quase imbatível no preço.
O preço "chave na mão"com IVA incluído fica nos 40.652 euros com a caixa manual de seis relações, subindo mais mil euros se se optar pela transmissão automática de oito velocidades.
Já segue o Aquela Máquina no Instagram?