BMW Serie 520d Touring em ensaio

A nova BMW Serie 5 Touring mantém-se como uma protagonista do seu segmento. Foi e continua a ser um best-seller, com uma proposta que manteve o seu carácter ao mesmo tempo que evoluiu no campo da mecânica e tecnologia.

DESIGN. Não há grandes alterações entre a proposta de três volumes e a carrinha da Serie 5, e até as dimensões são semelhantes: mais 7,0 mm de comprimento (4.943 mm) são imperceptíveis. Foi realizado com base na plataforma CLAR ("Cluster Architecture") que adopta diversos tipos de materiais, desde vários tipos de aço até ao alumínio, para garantir o máximo de rigidez estrutural com o mínimo de peso. Face à Touring anterior, houve um ganho de cerca de 100 kg.

Não temos dúvidas em afirmar que gostamos desta proposta, mas temos de reconhecer que os detalhes mais apelativos custam dinheiro. É o caso das barras de tejadilho mate, que custam 383 €.

HABITÁCULO. Em termos de imagem também não há grandes alterações. Qualquer cliente da BMW se vai sentir "em casa" ao volante desta carrinha. O conforto para os ocupantes dos bancos anteriores é uma mais-valia, da mesma forma que o espaço disponível nos bancos traseiros merece aplausos, tanto mais que é mais amplo ao nível dos joelhos. Os bancos desportivos da versão ensaiada custam 537 €. É o mal das marcas alemãs, onde quase tudo tem preço. Basta referir que um simples cinzeiro (uma caixa de plástico) e um isqueiro custam 59 €...

Num familiar a bagageira é fundamental e numa carrinha tem ainda mais importância. O volume do porta-bagagens (570 litros) não faz uma grande diferença face ao modelo anterior, mas tem mais 10 litros e o volume de carga pode chegar aos 1 700 litros com os bancos traseiros rebatidos (na proporção 40:20:40).

A porta traseira abre de forma independente entre a zona inferior e o vidro, uma operação que pode ser feita de forma automática. É uma vantagem em termos de utilização.

AO VOLANTE. Guiámos a carrinha 520d e gostámos da agilidade e da resposta do motor, que até parece ser mais potente do que é. O quatro cilindros 2.0d da BMW merece todos os aplausos, sobretudo graças à potência disponível a baixo regime. Mas a caixa automática de oito velocidades (opcional por mais 2 024 €) pode ser vista como uma "poção mágica", que permite aproveitar todas as rotações, sobretudo numa condução mais dinâmica em estradas sinuosas.

Como em qualquer BMW, o condutor pode optar por um de vários modos de condução. Mas, mesmo nos modos mais dinâmicos, é possível realizar médias na casa dos 7/8 litros aos 100 km, o que é mais um trunfo desta proposta.

Mas a grande alteração ao nível deste modelo passa pelo conforto. A eficácia da suspensão foi sempre uma mais-valia da BMW e ela tem tudo a ver com o prazer da condução, assumido como lema da marca de Munique. As suspensões dos BMW foram sempre "secas" e motivaram algumas críticas, mas na Touring, as molas pneumáticas traseiras permitem estabilizar a altura ao solo, potenciando a qualidade de vida a bordo sem condicionar a estabilidade direccional.

TECNOLOGIA. Estão disponíveis inúmeras ajudas electrónicas e sistemas de segurança, tais como o sistema de manutenção na faixa de rodagem, vigilância de cruzamentos com capacidade de travar o veículo em caso de perigo iminente, "cruise control" adaptativo e assistente de mudança de faixa. São propostas opcionais que colocam a Touring na vanguarda da condução "semi-autónoma".

Destaque para a chave "inteligente", capaz de fornecer as mais variadas informações que vão das portas e janelas fechadas, à autonomia ou aos períodos de revisão e níveis de fluidos.

Ficha técnica

Motor 4 cilindros
Cilindrada (cc) 1 995
Potência máxima (cv/rpm) 190/4 000
Binário máximo (Nm/rpm) 400/1 750
Velocidade máxima (km/h) 225
0 a 100 Km/h (s) 7,8
Consumo médio (l/100 km) 4,3
Emissões de CO2 (g/km) 114
Preço desde (€) 57 925
Versão ensaiada (€) 76 423

+ MOTOR. Este turbodiesel de 2.0 litros de cilindrada parece ter mais do que 190 cv e, para além disso, tem níveis de consumo surpreendentes.

- IMAGEM. A BMW continua a desenhar os seus carros a pantógrafo. Só falta o arrojo da forma em modelos com uma qualidade de execução irrepreensível.