Ao volante do novo Land Rover Discovery Sport: um SUV para 7 e com alma de 'todo-o-terreno'

A Land Rover continua a renovar a sua gama e depois de apresentar o Velar e a segunda geração do Evoque – isto já para não falar do novo Defender, revolucionou o Discovery Sport, que apesar de manter uma imagem semelhante por fora, é um carro quase todo novo.

Nós fomos a Barcelona, mais concretamente à região de Les Comes, conhecê-lo e conduzi-lo, e agora contamos-lhe como foi.

Imagem não mudou assim tanto

O novo Land Rover Discovery Sport não mudou assim tanto por fora, pelo menos é essa a ideia com que ficamos quando o vemos. Ainda assim, se nos fixarmos na nova assinatura luminosa LED percebemos que houve mudanças na dianteira, que ainda ganhou novos pára-choques e uma nova grelha.

O mesmo se pode dizer para a traseira, já que os farolins também se modernizaram, juntamente com o difusor e com o pára-choques, que está mais robusto e vai mais de encontro à imagem do Velar e do novo Evoque.

Outra das novidades visuais são as jantes especiais, que pela primeira vez neste modelo estão disponíveis com 21’’ na variante mais desportiva da gama, denominada R-Dynamic.

Interior maior e mais moderno

A Land Rover prometia um habitáculo mais espaçoso, com mais capacidade de carga e com formas mais modernas, e depois deste contacto nos arredores de Barcelona podemos dizer que o conseguiu.

Este modelo assenta na nova plataforma PTA da Jaguar Land Rover, que mistura alumínio e aço e que permite mais 10% de rigidez por comparação com o Disocvery Sport anterior. Isto tem, como seria de esperar, uma enorme influência no comportamento no alcatrão e no rendimento fora de estrada, mas esta plataforma permitiu ainda uma remodelação do interior.

Os bancos da frente, que podem ser ajustados electronicamente, têm uma enorme amplitude e oferecem muito espaço para o condutor e o "pendura". Quanto aos bancos da segunda fila, são mais do que suficientes para três adultos, ao contrário dos dois bancos da terceira linha (2+3+2), que são naturalmente mais "acanhados".

O tablier e a consola central também foram totalmente redesenhados e contam agora com uma imagem muito mais limpa, à imagem do que já tínhamos visto em modelos como o Velar ou o novo Range Rover Evoque. Ainda assim, há elementos que distinguem este interior dos restantes da Land Rover, tais como as duas barras de alumínio verticais que fazem o contorno da consola, ou a nova manete de mudanças, que obrigou a que toda a consola fosse mais alta.

Na parte superior da consola central está um ecrã touch de 10,25 polegadas, sendo que abaixo surge uma superfície numa espécie de cristal que reúne os comandos dos modos de condução e os controlos da climatização. A solução é semelhante à usada no Evoque, mas aqui encontramos três botões físicos e dois comandos rotativos (também físicos), o que melhora muito a usabilidade.

O volante é outro dos elementos em destaque deste interior e vai de encontro ao que já conhecemos dos modelos mais recentes da marca. Recebeu os mesmos botões multifunções do Evoque e ganhou um painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas que pode ser totalmente personalizado. A visibilidade é muito boa e os grafismos são muito rápidos de interpretar. Por cima de tudo isto encontramos ainda um sistema de Head-Up Display que reúne informações como a velocidade a que circulamos ou o limite de velocidade do troço onde nos encontramos.

Há acabamentos para todos os gostos, desde pele da mais elevada qualidade até produtos feitos com materiais reciclados, tal como já acontece com outros modelos da marca inglesa. 

Que motores podemos escolher?

O novo Land Rover Discovery Sport está disponível com cinco motorizações distintas, três diesel e duas a gasolina. Todos estes motores são de 2.0 litros de capacidade e contam com potências que vão desde os 150 aos 249 cv, e com binários máximos que se distribuem entre os 320 e os 500 Nm.

MOTORIZAÇÃO	D150	D180 MHEV	D240 MHEV	P200 MHEV	P250 MHEV
Combustível	Diesel	Diesel	Diesel	Gasolina	Gasolina
Cilindrada (cc)	1.998	1.998	1.998	1.997	1.997
Potência máxima	150 CV	180 CV	240 CV	200 CV	249 CV
Binário máximo	380Nm	430Nm	500Nm	320Nm	365Nm
Preço estimado	48.854	57.805	62.718	53.242	57.844

Com excepção da versão D150, que conta com um motor diesel de 2.0 litros que produz 150 cv de potência e 380 Nm de binário máximo, e com uma caixa manual de seis velocidades e tracção dianteira (4x2), todos os restantes motores estão associados a um sistema "Mild Hybrid" de 48 V com tracção integral e caixa automática de 9 velocidades.

Esta mecânica electrificada de 48 V consiste, basicamente, num gerador/motor de arranque que aproveita a energia gerada durante as desacelerações e a armazena numa bateria colocada sob o veículo, para depois se juntar ao motor a combustão sempre que necessário, acrescentado até 140 Nm de binário. Abaixo dos 17 km/h, este sistema assume mesmo todas as despesas, com o motor térmico a desligar-se.

Sensações ao volante

Nesta viagem a Barcelona tivemos oportunidade de conduzir a versão mais potente dos diesel, a D240 MHEV com 240 cv, e a mais potente entre os gasolina, a P250 MHEV com 249 cv de potência. Em ambos os casos podemos dizer que os conjuntos cumprem muito bem aquilo a que se propõem, ainda que fique sempre claro que estamos perante um automóvel cujo peso ronda os 2 mil quilos.

Destaca-se, acima de tudo, a suavidade com que ambas as motorizações actuam. Ainda assim, e sobretudo em estradas mais pequenas, nota-se que a caixa de velocidades é algo lenta e nos obriga a ir sempre pela trajectória mais larga. A caixa pode ser controlada através da função manual na alavanca central ou através das patilhas no volante, que são de série nas versões R-Dynamic e opcionais nas restantes.

P250 MHEV com 249 cv de potência

Esta foi a primeira versão que conduzimos e destacou-se por uma maior "genica" face ao modelo diesel que se seguiu. Destaca-se a suavidade deste bloco e as menores vibrações face às versões com motor diesel, ainda que nesse campo a Land Rover tenha feito um fantástico trabalho ao isolar o interior.

A Land Rover garante que o sistema eléctrico permite reduzir em até 7% os consumos de combustível e reivindica 9.3 litros por cada 100 km percorridos. Porém, importa dizer que durante este teste nunca conseguimos descer dos 11 litros.

A velocidade máxima para o modelo equipado com este motor é de 207 km/h, sendo que a aceleração dos 0 aos 100 km/h é feita em 9,2 segundos.

D240 MHEV com 240 cv de potência

Ao contrário do motor a gasolina que testámos, este 2.0 litros diesel (associado a um sistema de 48 V) é muito mais competente nos "disparos" desde uma posição estática, mesmo que nos deixe à espera de algo mais para uma proposta que apresenta 500 Nm de binário máximo.

Contudo, destaca-se igualmente pela suavidade e, claro, pelos consumos mais comedidos. A fabricante britânica reivindica 7,1 l/100 km, mas acredite em nós quando lhe dizemos que é difícil baixar dos 9 litros. A velocidade máxima está fixada nos 220 km/h e o exercício de aceleração dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 7,7 segundos.

É um SUV… mas é dinâmico!

O Discovery Sport é um SUV pensado para as famílias mais aventureiras, mas a Land Rover quis reforçar as características desportivas desta versão e isso traduz-se na dinâmica em estrada, que subiu muitos pontos.

Ainda assim, a suspensão está afinada com base no conforto e isso faz com que absorva muito bem as irregularidades do terreno mas que permita alguma oscilação da carroçaria nas curvas mais rápidas. Isso fica visível em ambas as versões, incluindo na versão mais desportiva (R-Dynamic), que conta com amortecimento variável.

Quanto às sensações ao volante, podemos dizer que a direcção é muito directa, ainda que não nos transmita muitas informações. A culpa é da assistência excessiva, algo muito comum em modelos pensados para aventuras fora de estrada.

E fora de estrada, como se porta?

Andámos por sítios que nem de bicicleta lá passávamos, mas nenhum obstáculo conseguiu travar a progressão do nosso Discovery Sport, que se mostrou um verdadeiro "monstro".

Se estava preocupado porque a Land Rover quis deixar este modelo mais desportivo, pode deixar de estar, é que a fabricante britânica também o tornou melhor fora de estrada. Para nos mostrar todas estas valências a marca levou-nos para um dos sítios mais reputados para este tipo de testes, o implacável percurso de 4x4 de Les Comes.

Foi lá que pudemos testar todas as novidades do Discovery Sport, nomeadamente a nova geração do sistema de gestão electrónica Terrain Response. Além dos já conhecidos modos "erva e gravilha", "rochas" e "areia", conta agora com um modo "AUTO" que coloca a electrónica à disposição do condutor de forma a determinar qual a melhor afinação para o terreno em que nos encontramos. Só podemos dizer uma coisa: funciona… e de que maneira!

Outra das grandes novidades é a incorporação de uma espécie de "cruise control" específico para "off-road". Este sistema, associado ao controlo de descidas, permite-nos ir aumentando ou diminuindo a velocidade da descida através de dois botões no volante, quase como se um videojogo se tratasse.

Ângulos	Normal	R-Dynamic
Ângulo de ataque	25,0º	22,8º
Ângulo de salida	30,2º	28,2º
Ângulo ventral	20,6º	20,6º

Carregado de tecnologia

Como seria de esperar, este Discovery Sport está carregado de tecnologia e de gadgets que nos facilitam muito a vida. O espelho retrovisor digital inteligente é um desses casos, já que projecta a imagem captada por uma câmara instalada na barbatana de tubarão no tejadilho. O novo sistema "Ground View" é outro, pois mostra-nos os obstáculos ao redor do veículo e por baixo dele. Este último é especialmente útil em situações radicais fora de estrada.

A isto ainda se junta o sistema de assistência ao reboque, sistema de auxílio ao estacionamento, cruise control adaptativo, sistema de travagem de emergência autónomo e sistema de detecção de cansaço do condutor.

Vale a pena?

Sim, vale! O Discovery Sport mantém um habitáculo que pode acomodar até sete ocupantes, tem um interior mais espaçoso e está muito melhor em estrada e fora dela. O conforto em estrada é muito alto, não se ouvem ruídos e os acabamentos merecem aplausos.

Se optar pela versão R-Dynamic terá o Discovery Sport com a condução mais dinâmica e desportiva de sempre, permitindo-lhe disfrutar de estradas com mais curvas e que convidam a andar um pouco mais rápido. Se por outro lado decidir comprar a versão "normal", tem o Discovery Sport mais capaz de sempre fora de estrada.

Com preços estimados a começar nos 49 mil euros no nosso país, está longe de ser um automóvel barato, até porque não conta com algum equipamento de série que está disponível noutros rivais. Mas uma coisa é certa, alguns desses rivais não passariam pelos sítios onde nós andámos nesta viagem a Barcelona, disso estamos seguros. E nesse capítulo só podemos dizer uma coisa: se este novo Discovery Sport é assim tão capaz fora de estrada, mal podemos esperar para ver a "loucura" que será o novo Defender!

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Viemos a Barcelona conhecer o renovado @landroverpt Discovery Sport e como se pode ver pelas imagens... andámos em sítios incríveis: . . #landrover #landroverpt #discovery #discoverysport #landroverdiscovery #landroveroffroad #landroverfans #landroverfanclub #landroverdiscoverysport

Uma publicação partilhada por Aquela Máquina (@aquelamaquina) a 18 de Set, 2019 às 7:13 PDT