Ott Tanak dominou o Rali da Argentina. Venceu 10 dos 18 troços da prova e garantiu a sua terceira vitória no Campeonato do Mundo de Ralis e a primeira com a Toyota Gazoo Racing WRT.
Thierry Neuville (Hyundai i20) venceu a super-especial de Villa Carlos Paz, mas a primeira etapa da prova argentina foi dominada por Ott Tanak (Toyota Yaris) que ganhou cinco dos sete troços disputados.
Sébastien Ogier (Ford Fiesta) começou por impressionar primeira passagem por Las Bajadas (PC 2). Andreas Mikkelsen (Hyundai i20) passou pelo comando em Yacanto (PC 3) e Santa Rosa (PC 4), mas perdeu terreno com um furo. Dani Sordo (Hyundai i20) venceu a PC 5 (Fernet Branca), onde o estónio da Toyota subiu ao primeiro lugar da geral, e a partir daí dilatou a sua vantagem para 22,7 s face a Kris Meeke (Citroën C3). Neuville (+28,6 s), Sordo (+ 29,5 s) e Ogier (+36,4 s) terminaram a etapa inicial nas posições seguintes.
Apesar do bom desempenho do Toyota de Tanak, nem tudo corria bem na equipa. Esapekka Lapi perdeu muito tempo com um furo e Jari-Matti Latvala ficou pelo caminho logo na PC3, onde "atropelou" uma pedra e danificou a suspensão do Yaris.
Ott Tanak manteve o ritmo no início da segunda etapa e foi o mais rápido nos três primeiros troços que compunham a ronda inicial do dia. Atrás de si, a luta pelo segundo lugar estava ao rubro entre Kris Meeke e Thierry Neuville, que chegou à segunda posição na PC 11 (Cuchilla Nevada-Rio Pintos). Craig Breen (Citroën C3) capotou e perdeu bastante tempo.
Quem pensou que a vitória de Neuville na super-classificativa Fernet Branca era o momento em que Tanak passaria para um modo mais cauteloso, enganou-se. O estónio continuou ao ataque e venceu as duas classificativas seguintes e, se não foi além do quarto tempo no derradeiro troço da segunda etapa, terminou o dia com 46.5 s de vantagem sobre o belga da Hyundai, uns expressivos 1m 08,2 s face a Sordo e 1m 59,0 s face a Ogier. Um furo obrigou Kris Meeke a perder terreno e o britânico da Citroën caiu do terceiro para o oitavo lugar da geral.
Na terceira etapa, as duas passagens por El Condor (16,43 km) e por Giulio César-Mina Clavero (22,41 km) totalizaram 35,27 km, mas a classificação geral estava mais ou menos consolidada, salvo algumas questiúnculas pontuais como a diferença de 6,2 s entre Esapekka Lapi e Elfyn Evans (Ford Fiesta), que deixava em aberto a questão do sexto lugar, ou os 14,8 s que separavam Ogier e Mikkelsen, candidatos ao quarto posto.
A primeira das duas passagens por El Condor mostraram a Hyundai interessada em maximizar o número de pontos para o campeonato de construtores, ou melhor dizendo – roubar pontos à M-Sport. Mikkelsen, sem pontuar para os construtores, atacou para tentar surpreender Ogier, mas nos 16,43 km o campeão do mundo só cedeu meio segundo.
Nesta fase o objectivo dos coreanos passava por colocar os seus três carros entre o segundo e o quarto lugar, roubando pontos à M-Sport/Ford. O ataque continuou na passam por Giulio César-Mina Clavero. Neuville, Mikkelsen e Sordo foram os mais rápidos. O norueguês voltou a ganhar terreno a Ogier e, à entrada para a super-especial, só havia 3,8 s de diferença na luta pelo quarto lugar da geral.
Na segunda passagem por El Condor, a "finalíssima" do Rali da Argentina, o francês mostrou que o título de campeão do mundo não é fruto do acaso. Foi o mais rápido, passou Mikkelsen "à justa" (-0,2s) e conservou o quarto lugar da geral, mas foi batido por Neuville, que ganhou o bónus de cinco pontos da super-especial, aproximando-se da liderança do campeonato e está a 10 pontos do vencedor de Monte-Carlo, México e França.
Mas, estratégias à parte, foi Ott Tanak quem fez a festa. Perdeu duas dezenas de segundos com um pião no primeiro dia, mas a partir daí marcou o ritmo da prova e foi inteligente no último. O furo que atirou o seu companheiro Esapekka Lapi do sexto para o oitavo lugar nas primeiras curvas do primeiro troço do derradeiro dia foram um alerta e preconizaram cautela...
Era uma estratégia sensata. No penúltimo troço, Rovanpera (Skoda Fabia), o líder dos WRC 2, deitou tudo a perder numa aparatosa saída de estrada. Portanto, Ott Tanak foi tão calculista como devia ser. O estónio manteve a cabeça fria. Garantiu um terceiro e dois quartos lugares nos três troços do último dia e foi mais do que suficiente para terminar com mais de meio minuto de vantagem sobre Neuville.
Classificação final
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Piloto
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Veículo
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Tempo / Dif.
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1º
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Ott Tanak/M. Jarveoja
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Toyota Yaris WRC
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3h 43m 28,9 s
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2º
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Neuville/Gilsoul
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Hyundai i20 WRC
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+37,7 s
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3º
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Dani Sordo/Del Barrio
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Hyundai i20 WRC
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+1m 15,7 s
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4º
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Ogier/Ingrassia
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Ford Fiesta WRC
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+1m 58,6 s
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5º
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Mikkelsen/Synnevaag
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Hyundai i20 WRC
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+2m 02,6 s
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6º
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E. Evans/D. Barritt
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Ford Fiesta WRC
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+3m 06,3 s
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7º
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K. Meeke/P. Nagle
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Citroën C3 WRC
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+3m 25,7 s
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8º
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Lappi/J. Ferm
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Toyota Yaris WRC
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+4m 32,6 s
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9º
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Suninen/Markkula
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Ford Fiesta WRC
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+5m 38,6 s
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10º
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Tidmand/Dresler
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Skoda Fabia WRC2
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+12m 15,8 s
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"MUNDIAL" DE EQUIPAS – 1º Hyundai, 144 pontos; 2º M-Sport Ford, 129; 3º Toyota Gadzoo, 124; 4º Citroën Total Abu Dhabi WRT, 93; etc.
"MUNDIAL" DE PILOTOS – 1º Sébastien Ogier, 100 pontos; 2º Thierry Neuville, 90; 3º Ott Tanak, 72; 4º Andreas Mikkelsen, 54; 5º Dani Sordo, 45; 6º Kris Meeke, 43; 7º Esapekka Lappi, 40; 8º Jari-Matti Latvala, 31; 9º Elfyn Evans, 26; 10º Craig Breen, 20; 11º Sebastien Loen, 15; 12º Hayden Paddon, etc.