A Pirelli mostrou,
no Mónaco, como serão os pneus de Fórmula 1 a partir de 2017: bastante mais largos para que os carros fiquem mais agarrados à pista e se tornem muito mais rápidos a curvar. Esse é um dos objectivos dos novos regulamentos técnicos imaginados ainda em 2015 e que apontavam para que os F1 de 2017 fossem 5 a 6 segundos por volta mais rápidos.
As alterações passam por ter versões ainda mais potentes dos actuais motores híbridos, passando a fasquia dos mil cavalos (já não se anda muito longe actualmente…), e uma aerodinâmica mais eficaz. Só aqui esperam-se ganhos de 2 s/volta. Outros 2 s/volta virão das vias e dos pneus mais largos e foi isso que a Pirelli mostrou no Mónaco.
Basicamente, voltaremos aos enormes pneus traseiros que eram a imagem de marca da F1 até aos anos 90 – como no Williams com que Nigel Mansell foi campeão, em 1992 –, embora com uma construção mais moderna e eficaz. Mas também as rodas dianteiras se tornarão mais largas, conferindo aos monolugares um ar mais agressivo, como a Pirelli mostrou na sua apresentação, em que usou um antigo chassis dos tempos em que a Toyota ainda corrida na F1.
Os pneus da frente vão passar de 245 para 305 mm de largura, enquanto os traseiros não só alargarão de 325 para 405 mm como crescerão 10 mm em diâmetro. Com pneus maiores, os pilotos não só conseguirão curvar mais depressa como, à saída das curvas, colocar mais facilmente a potência no solo, ou seja, ter reacelerações ainda mais rápidas. O único "senão" é o aumento do peso, já que cada um destes pneus terá cerca de quilo e meio mais que os pneus actuais.
Pode perguntar-se que estas duas medidas parecem totalizar apenas quatro segundos por volta a menos em relação ao desejado para os novos regulamentos, em vez dos cinco a seis. O resto… já foi conseguido! Porque, recorde-se, aquela fasquia foi estabelecida em 2015 e, este ano, os monolugares têm batido os tempos efectuados no ano passado em cerca de 2,5 segundos nas pistas, digamos, "normais". Ainda este fim-de-semana, no Mónaco, a "pole" do ano passado foi esmagada por segundo e meio!
Ou seja, com o amadurecimento da tecnologia híbrida e o maior conhecimento da regulamentação que entrou em vigor em 2014, os monolugares de F1 já estão, efectivamente, muito mais rápidos. Agora, com a nova aerodinâmica, mais uns "pozinhos" no motor e os pneus mais largos, a fasquia colocada em 2015 até poderá vir a ser ultrapassada!