Desde a estreia em 1972 até aos dias de hoje, a Toyota soma um total de 131 ralis do Campeonato do Mundo, distribuídos por várias etapas, onde se incluiu a actual temporada, que assinala o regresso da marca nipónica ao mundial de ralis 18 anos depois.
O balanço é mais do que positivo, com a Toyota a somar 45 vitórias em 131 possíveis, 147 pódios, quatro títulos de pilotos – Carlos Sainz em 1990 e 1992, Juha Kankkunen em 1993 e Didier Auriol em 1994 – e três títulos de construtores, em 1993, 1994 e 1999.
Este capítulo da história da marca japonesa está repleto de nomes icónicos que ajudaram a "fazer" os números acima referidos. Falamos de pilotos como Björn Waldergard, Hannu Mikkola, Juha Kankkunen, Carlos Sainz e Didier Auriol, sem esquecer Ove Andersson, o primeiro chefe de equipa, e Tommi Mäkinen, actual director da equipa Toyota GAZOO Racing.
É certo que todos estes pilotos competiram com automóveis míticos, mas nós optamos por reunir os 10 modelos mais marcantes.
1. Toyopet Crown. O Rali Mobilgas da Austrália de 1957 marcou a primeira competição da Toyota fora do Japão, graças a uma iniciativa do embaixador do Japão na Austrália. A marca nipónica levou um Toyopet Crown modificado e disputou uma prova duríssima que percorreu todo o país, ainda que a saída e a chegada tenham sido feitas em Melbourne. Kunio Kaminomura, Kojiro Kondo e Lindsay Hedley chegaram à meta depois de 16.951 quilómetros percorridos, sendo que só 856 km foram feitos em estradas de asfalto. Isto atesta bem da dificuldade da prova, mas o Toyopet Crown, que contava com um motor 1.5 litros com 48 cv, só teve um problema durante toda a prova: uma válvula de admissão que precisou de ser substituída. Recorde-se que um ano depois, em 1958, este mesmo modelo acabaria por vencer o rali do Japão.
2. Toyota Corolla Levin TE27. Este modelo, que competia no Grupo 2, estreou-se no Rali RAC de 1973, com a dupla Ove Andersson/Geraint Phillips. Mais tarde, em 1974, chegou a versão de 16 válvulas que aumentou a potência para 180 cv, sendo que graças ao baixo peso (850 kg) este Corolla era capaz de competir contra rivais bastante mais potentes. Venceu o Rali 100 Lagos de 1975.
3. Toyota Celica GT2000 RA23. Usar um Corolla com um motor de 1.6 litros conta rivais que tinham blocos de 2.0 litros sempre dificultou a vida à Toyota. Como tal, a marca nipónica optou por fazer uma troca e levar o célica ao mundial de ralis. Equipava um motor de 2.0 litros, 16 válvulas e duplo carburador. O primeiro Celica GT2000 particiou na categoria Grupo 2 e com algumas modificações no Grupo 4. Ove Andersson e Hannu Mikkola conseguiram pódios nos ralis de Portugal (imagem ao lado), 1000 Lagos e Rac, em 1976 e 1977.
4. Toyota Celica TCT. O Grupo B da Toyota, também conhecido como Celica TA65, competiu no Mundial entre 1983 e 1986. A maioria dos rivais construía verdadeiros protótipos com tracção integral e motor central, mas a fabricante nipónica optou por uma proposta muito próxima do Celica de produção, com motor dianteiro e tracção traseira. Mas se a receita podia não impressionar, este célica tratou de construir o seu próprio nome, garantindo seis vitórias em ralis e 13 pódios nas 16 provas que disputou. Com Bjorn Waldegard ganhou no Rali da Costa do Marfim em 1983 e 1986 e o Rali Safari de 1984 e 1986. Em 1985 foi o companheiro Juha Kankkunen a triunfar no Rali Safari.
5. Toyota MR2 222D. O regulamento da categoria Grupo S permitia que as marcas construíssem protótipos sem nenhuma relação com os modelos de série. Porém, a Toyota a partir com base num modelo de série com motor central, o MR2. Ainda assim, a FIA acabou com esta categoria antes do tempo e este modelo nunca chegou a competir.
6. Toyota Supra MA70. Foi, desde o início, um projecto para entrar no Grupo A dos ralis africanos, o Safari e o da Costa do Marfim. Existiram duas versões, uma com motor atmosférico de seis cilindros e 3.0 litros e outra com um turbocompressor, capaz de debitar mais de 400 cv de potência. Entre os seus melhores resultados está um terceiro lugar no Rali Safari de 1987m com Lars-Erik Torph e Benny Melander.
7. Toyota Celica ST 165 GT4. A decisão da Toyota desenvolver um Celica para o Mundial de Grupo A revelou-se acertada, já que na segunda temporada deste modelo Carlos Sainz sagrou-se campeão do mundo, vencendo na Grécia, Nova Zelândia, Finlândia e Grã-Bretanha. No ano seguinte voltou a conseguir mais cinco vitórias, terminando a temporada como vice-campeão do mundo. Em 1992, quatro anos depois do seu início e da vitória de Kankkunen no Rali da Austrália, Jonsson/Bäckman conseguiram vencer o Rali da Suécia com uma unidade deste modelo.
8. Toyota Celica ST 185 4WD. Este é um dos modelos mais triunfantes da história do Campeonato do Mundo de Ralis. Correu durante três temporadas eganhou 16 ralis e 5 dos seis campeonatos possíveis: três de pilotos – Carlos Sainz, Juha Kankkunen e Didier Auriol – e dois de construtores. Foi capaz de vencer em terrenos e condições tão distintas como Quénia, Catalunha, Monte Carlo, Finlândia e San Remo.
9. Toyota Corolla WRC. A Toyota regressou ao Mundial de Rali com a nova regulamentação WRC no final da temporada 1997, onde Auriol e Giraudet conseguiram um terceiro lugar na Austrália. Na época seguinte, Carlos Sainz e Luis Moya lutaram pelo título até ao último rali da temporada e em 199, o Corolla WRC acabaria mesmo por dar à Toyota o seu terceiro título mundial de construtores.
10. Toyota Yaris WRC. 2017 marca o regresso da Toyota ao mundial de ralis, sendo que o Yaris WRC já conseguiu duas vitórias absolutas neste regresso: Rali da Suécia, com Jari-Matti Latvala ao volante, e Rali da Finlândia, com Esapekka Lappi. Conta com um motor a gasolina de injecção directa de 1.6 litros que debita mais de 380 cv de potência. Conta com tracção integral com dois diferenciais mecânicos e diferencial central activo. O peso total é de 1190 quilos.