Lamy começa 2018 com 36 horas de corridas separadas por 15.000 km!

Pedro Lamy irá repetir, no início de 2018, naquela que será a sua 30.ª época a correr em automóveis, a mega maratona de juntar duas corridas de resistência em dois fins-de-semana seguidos… separadas por meio Mundo! Serão 36 horas de corridas, em dois carros diferentes, em pistas separadas por cerca de 15.000 km, começando nos Estados Unidos para terminar na Austrália.

Continuando na sua excelente forma, como demonstrou com a conquista do título de Campeão do Mundo de Resistência na categoria GTE Am, Pedro Lamy irá correr as 24 Horas de Daytona no último fim-de-semana de Janeiro, meter-se em pelo menos dois aviões para voar até Sydney que fica a 200 km da pista onde correrá as 12 Horas de Bathurst. Já este ano o tinha feito e voltará a repeti-lo em 2018, de novo com a companhia de Paul dalla Lana e Matthias Lauda, os seus parceiros na conquista do título mundial.

"É claro que é uma semana um bocado cansativa, em especial com tantas horas de avião e as enormes diferenças de fusos horários, mas acaba por não ser difícil e adaptamo-nos rapidamente", explicou-nos o piloto português que ainda nem sabe bem em que sentido fará a ligação entre os estados da Flórida e da Nova Gales do Sul. "Este ano voei sobre os Estados Unidos e, depois, foram 14 horas até Sydney. Mas há quem prefira ir ao contrário, pela Europa".

Há um ano, Lamy correu em Daytona com um Aston Martin Vantage mas as negociações com a marca britânica para que a tripla campeã possa defender o título de campeã no Mundial deste ano estão ainda em curso. Por isso, em ambas as corridas serão usados carros diferentes daquele a que estão habituados.

Em Daytona será um Ferrari 488 da categoria GTD da equipa "Spirit of Race" mas que é, no fim de contas, mais um carro da conhecida e competente escuderia AF Corse que costuma ter no n.º 51 o seu número talismã, tendo sido dos Ferrari mais vistosos a alinhar na edição do ano passado (ver fotos). Além de Dalla Lana e Lauda, Lamy terá ainda a companhia do brasileiro Daniel Serra, piloto de créditos reconhecidos, tendo ganho a categoria GTE Pro nas 24 Horas de Le Mans deste ano, num dos Aston Martin oficiais.

Com a presença de Pedro Lamy, bem se pode dizer que o automobilismo português estará representado em Daytona ao mais alto nível, com os seus cinco melhores pilotos da actualidade – a que se poderia juntar Tiago Monteiro –, com João Barbosa e Filipe Albuquerque a formarem dupla num dos candidatos à vitória, o Cadillac da Action Express, mais António Félix da Costa, num Oreca LMP2 da equipa do actor de Hollywood Jackie Chan, e ainda de Álvaro Parente num Acura NSX GT3.

Após a corrida de Daytona será então a passagem para uma prova totalmente diferente, com carros todos da mesma categoria, numa pista única, em Bathurst, no mítico circuito de Mount Panorama. Prova que reúne cerca de 60 carros na pista de 6,2 km de perímetro, para uma corrida de 12 horas que costuma ser particularmente agitada e com finais emocionantes.

Este ano, Lamy, Dalla Lana e Lauda dividiram um Mercedes AMG GT3 com o veterano Bernd Schneider, mas tiveram a infelicidade de abandonar a uma hora do final da prova. Em 2018, os três alinharão num dos dois Audi R8 LMS GT3 com que a equipa belga WRT se irá estrear na clássica australiana. Será mais uma prova difícil, em que terão de descobrir um carro novo, ao mesmo tempo que a própria equipa desvenda os mistérios escondidos na pista de Mount Panorama. Mas são estes desafios que fazem os pilotos correr e aceitar estas autênticas maratonas à volta do Mundo, só para poderem estar nas melhores competições automobilísticas. Foi assim que Pedro Lamy construiu uma carreira verdadeiramente ímpar no panorama do desporto automóvel internacional!