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Como os drones estão a mudar o WRC

18:47 - 02-09-2016
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Como os drones estão a mudar o WRC
Como os drones estão a mudar o WRC
No papel, o WRC tem um conjunto de ingredientes que formam o "prato" perfeito. Tem automóveis com 300 cv de potência e que passam dos 0 aos 100 km/h em pouco mais do que três segundos, tem um calendário de provas que "visita" alguns dos lugares mais inóspitos e bonitos do planeta e tem pilotos que não se inibem de levar ao limite as máquinas que conduzem.

O resultado é um desporto emocionante e capaz de levar várias centenas de milhares de pessoas a assistir às provas. E se a popularidade do "rali" nunca mais voltou aos níveis a que chegou nos anos 80, graças aos famosos automóveis do "grupo B", que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) proibiu em 1987 (na sequência do acidente fatal de Henri Toivonen e Sergio Cresto, seu navegador), o WRC conseguiu manter um dos seus principais trunfos, o efeito visual.

Nenhum apaixonado por automóveis resiste a um carro do WRC "dentro" de uma nuvem de pó ou sobre um traçado de neve. Mas se estes ingredientes continuam a funcionar "in loco", para quem se desloca para ver as etapas, nunca conseguiu verdadeiramente chegar a quem está em casa, a seguir a transmissão pela televisão.

Os planos usados ao longo dos anos foram (quase) sempre os mesmos. Uma câmara montada na berma da estrada junto a um salto ou a uma curva apertada, planos do cockpit e algumas imagens aéreas, filmadas por helicóptero.

Mas agora, há um "elemento" novo e que já está a mudar as "regras" do jogo. Os drones estão a revolucionar por completo a forma como o WRC está a chegar até às pessoas e muito se deve à empresa chinesa DJI, que detém cerca de 70 por cento do mercado dos drones e que este ano se tornou parceira do World Rally Championship (WRC).

Como os drones estão a mudar o WRC

Capaz de ir onde os operadores de câmara e os helicópteros não conseguem ir, os drones são a "arma" perfeita para andar à caça dos carros de WRC. Contudo, e apesar de serem capazes de seguir alvos marcados por GPS, quando se trata de perseguir veículos com 300 cv, os 80 km/h de velocidade máxima dos drones não são suficientes. Por isso, em todas as etapas do WRC, a DJI envia a sua própria equipa de operadores de drone, geralmente formada por duas pessoas, uma para controlar o drone e outra para controlar a câmara montada no aparelho. 

Ainda assim, em pontos específicos, tais como um determinado salto ou uma curva, onde habitualmente podíamos encontrar os operadores de câmara ditos "convencionais", é possível deixar um drone programado para se fixar naquelas coordenadas GPS e manter a câmara estabilizada (geralmente conseguem ficam durante 30 minutos seguidos no ar).

Dessa forma, é possível apanhar sempre as melhores imagens e nos mais variados ângulos, o que confere à transmissão de rali uma dinâmica que até há poucos anos era impensável.

Provavelmente o "hype" em torno dos ralis nunca mais vai voltar a ser tão grande como foi nos anos 80, em que os carros tinham literalmente que furar por entre as pessoas, que só se afastavam no último segundo. Ainda assim, continua a ser um dos desportos visualmente mais atractivos que existe, e os drones são, com toda a certeza, uma ferramenta que irá permitir continuar a captar essa "magia" e levá-la aos adeptos. E quem sabe, num futuro próximo, também possam começar a ser usados para "captar" mais desportos automóveis (este ano já andaram no ar nas 24 Horas de Le Mans)...

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