A Fórmula 1 está extremamente exposta a ataques cibernéticos e é até surpreendente como ainda não houve problemas com "hackers" a entrarem nos computadores das equipas ou até nos inúmeros sensores dos monolugares. Quem o diz é Sergueï Beloussov, líder da empresa Acronis que patrocina a Toro Rosso, especialista na protecção e recuperação de dados informáticos e que diz não ter dúvida que um ataque de pirataria informática à F1… é apenas uma questão de tempo!
"Fiquei surpreendido por a F1 não levar mais a sério a protecção contra os ataques cibernéticos. Percebo que não seja um alvo prioritário neste momento, mas poderá tornar-se no futuro", alertou Beloussov, numa entrevista ao veterano jornalista britânico James Allen. Com um "timing" no mínimo curioso, logo quando há uma polémica de ciber ataques entre os Estados Unidos e a Rússia e na "véspera" de ser uma empresa norte-americana, a Liberty Media, a tomar conta dos destinos da F1…
"Sinceramente, tenho um bom conhecimento em segurança informática e posso garantir que todo o mundo é um alvo. Se pegar no caso da nossa empresa, todos os dias nos confrontamos com casos de ciber ataques e o mesmo se passa com a Microsoft ou a Google", assume aquele empresário russo, doutorado em Física. Beloussov não faltou à última prova da época, no Abu Dhabi, onde pousou com os dois pilotos da Toro Rosso, o seu compatriota Daniil Kvyat e o espanhol Carlos Sainz, bem como com o director da equipa, Franz Tost.
Tendo visto por dentro como funcionam as equipas da disciplina máxima deixou o alerta:
"Na F1 seria relativamente fácil de piratear os sensores dos carros. Técnica e mecanicamente sei muito bem como se poderia fazê-lo. E até fico surpreendido por nenhum pirata o ter ainda tentado fazer… Penso que as equipas de Fórmula 1 deveriam estar mais preocupadas em defender as suas redes e os seus sistemas, o que não é o caso actualmente", concluiu Beloussov.
O nível de segurança na Fórmula 1 é particularmente elevado mas… entre as equipas. Por exemplo, as comunicações rádio e, em especial, a passagem dos dados via telemetria são encriptados para que não possam ser captados pelas escuderias adversárias. Também nas fábricas a segurança é máxima, havendo zonas em que só alguns funcionários são autorizados e mediante reconhecimento de impressão digital.
Contudo, segundo Sergueï Beloussov terá detectado, a preocupação das equipas com a segurança está muito concentrada na espionagem industrial. E parece ter sido descurada a hipótese de ataques maliciosos vindos de fora, só pelo prazer de destruir bases de dados ou comprometer a preparação da época ou de corridas. Outra hipótese é Beloussov ter lançado este aviso deveras alarmante… para ver se arranjar alguns clientes para a sua empresa que já se encarrega da segurança de milhares de pequenas e médias empresas por essa Europa fora.
