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O passageiro invisível

O passageiro invisível

09:00 - 23-05-2016
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Alguns dos maiores construtores automóveis do Mundo, como a General Motors, Ford, Toyota, VW e Honda, lideraram recentemente um grupo de meia centena de entidades que, nos Estados Unidos, escreveram uma carta à Casa Branca. Apelavam para o governo norte-americano não abrir a outras utilizações um largo espectro de banda wi-fi que ficara reservado para a conexão entre automóveis, ou seja, para os carros «falarem» entre si.

Esta tecnologia «veículo-para-veículo» é, defendem, um gigantesco passo para a segurança rodoviária, dado que um carro conseguirá perceber, a grande distância, se outro passou um sinal vermelho ou fez uma manobra perigosa. Mas, para isso, é fundamental manter livre essa banda "wireless", cobiçada por muitas outras indústrias e aplicações, sempre à procura de mais espaço nas ondas hertzianas.

Este é o lado bonito que o futuro nos reserva e até que o presente já nos oferece. Os modelos mais recentes enviam constantemente elevados volumes de dados sobre o seu funcionamento, para uma monotorização permanente pelas marcas que os fabricam. E que já conseguem até fazer pequenas intervenções de forma remota. É a beleza da electrónica… que pode ter custos e riscos elevados, estando toda a indústria disso consciente: não há sistemas invioláveis e uma acção maliciosa pode causar grandes danos!

Já houve experiências em que, de forma remota, se conseguiu interferir na condução de um automóvel, contrariando a vontade do condutor. Uma marca europeia já teve o serviço de conectividade aos seus clientes desligado durante um dia para recuperar de um ataque malicioso. E consta até que um dos gigantes norte-americanos pôs à frente da sua divisão de segurança informática o "hacker" que penetrou o sistema de conectividade que oferecia nos seus modelos…

Neste campo, o futuro pode ser verdadeiramente fascinante! Já imaginou estar a viajar e a assistência aparecer "milagrosamente" no momento em que o seu carro se avaria só porque, pelos dados que foram sendo enviados, há muito que a marca tinha percebido da iminência da avaria e "disparara" o alerta para o reboque? É um novo mundo que se abre… mas que comporta os seus riscos porque não há sistemas invioláveis. Estaremos prontos e disponíveis para dar boleia a este passageiro invisível?...
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