Pesquisa
O Grupo PSA comprou a Opel, mas a história ainda mal começou....

O Grupo PSA comprou a Opel, mas a história ainda mal começou....

11:01 - 15-03-2017
16
O mundo automóvel está em ebulição. A compra da Opel por parte do Grupo PSA abre as portas para um novo gigante europeu, apenas ultrapassado pelo Grupo VW.

Esta operação acaba por ser curiosa. Primeiro, porque foi mais rápida do que a complexidade da situação poderia fazer antever numa Europa construída com os tijolos da burocracia e do politicamente correcto. Mas a explicação é fácil: aliviou a General Motors (GM) de um fardo que procurava livrar há vários anos. Havia quem queria vender e havia um comprador interessado.

Mas o encaixe financeiro da GM abre um mundo de especulações. Os americanos dizem que estão interessados em apostar no mercado interno e no desenvolvimento de novas tecnologias, num mundo em mudança de paradigmas ambientais. Mas há liquidez para isso e para muito mais...

Com a nova disposição das pedras do xadrez a Fiat-Chrysler Automotive (FCA) fica fragilizada e torna-se num alvo, numa altura em que Sergio Marchionne (imagem ao lado) confirmou no Salão de Genebra a intenção de se retirar em 2018, apesar de pretender manter-se à frente da Ferrari até 2022. Não deixa de ser curioso que tal como Lee Iaccoca, entrou na Chrysler pela porta grande - como "salvador" -, mas pode sair discretamente pelos bastidores.

A Fiat ou a Alfa Romeo até podem ser irrelevantes para a GM (a Ferrari está fora do pacote), mas a Chrysler é um bolo muito apetecível. Uma aproximação com um parceiro forte poderia deixar os italianos numa posição mais confortável. Sergio Marchionne tentou uma aproximação com o Grupo VW, mas a resposta dos alemães foi clara: não estão interessados em qualquer tipo de contactos. É natural, conseguiram sobreviver ao "dieselgate" e estão apostados numa fuga para a frente que passa por uma aposta fundamentalista na mobilidade eléctrica, mas também na digitalização.

O Grupo FCA ficou a falar sozinho sob a ameaça dos americanos, que conhecem os cantos da casa. Venderam tudo aos franceses, mas conservaram o centro técnico que gerem em Turim. É, no mínimo, curioso...

Itália admite que uma fusão entre a FCA e a GM pode ser uma alternativa, mas não acreditamos que o Grupo liderado por Mary Barra (ver imagem ao lado - que não é uma grande adepta de Marchionne) esteja interessado em controlar apenas uma parte quando está em posição de assumir tudo.

É por estas e por outras que pensamos que o negócio entre o Grupo PSA e a GM pode ser apenas o prefácio de uma história que vai conhecer novos capítulos num tempo mais ou menos próximo...
Faltam 300 caracteres
Comentário enviado com sucesso
×
Enviar artigo por email

Restam 350 caracteres

×
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login. Caso não esteja registado no site de Aquela Máquina, efectue o seu registo gratuito.