Singer juntou-se à Williams para criar o derradeiro Porsche 911!

A Singer é conhecida pelas interpretações modernas que faz do icónico Porsche 911. E se há puristas das marca de Estugarda que olham com alguma desconfiança para o trabalho desta empresa com sede em Los Angeles (EUA), há muitos mais que cada vez mais a reconhecem como sinónimo de alguns dos Porsches mais fantásticos que andam pelas "nossas" estradas.

Quem passar pelas instalações da marca tem a possibilidade de escolher quase todos os detalhes do seu Singer 911, mas isso não significa que as possibilidades para este modelo estivessem esgotadas. E é aqui que surge o Singer 911 DLS, um Porsche 911 964 que resulta do trabalho conjunto da Singer, da Williams Advanced Engineering e de dois engenheiros lendários da marca de Estugarda: Norbert Singer e Hans Mezger.

Tudo começou com um cliente chamado Scott Blattner, que chegou às instalações da Singer com um Porsche 964 de 1990 e com um pedido muito especial: transformá-lo num "monstro" mais potente e bastante mais leve! A Singer deitou mãos à obra e em poucos meses conseguiu satisfazer o pedido de Scott. As primeiras imagens desta criação surgiram antes do final do ano passado mas só esta semana pudemos ficar a conhece-lo na sua forma final.

O resultado final não podia ser mais impressionante. A aerodinâmica foi vista e revista e acrescentou um novo "splitter" dianteiro, um difusor e um "spoiler" traseiro do tipo "ducktail" que nos remete de imediato para o mítico Porsche 911 2.7 Carrera RS. Importa igualmente referir que toda a carroçaria está feita em fibra de carbono e que todos os painéis foram desenhados em exclusivo para esta versão. O "look" exterior só fica completo com as jantes em magnésio criadas pela BBS e montadas em pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 245/35 R18 e 295/30 R18.

Mas se o exterior é especial, acredite que o interior não lhe fica atrás. A fibra de carbono exposta contrasta com a pele da mais elevada qualidade dos bancos desportivos Recaro, dos tapetes e do "tablier". Porém, é o volante Momo em fibra de carbono, a pedalaria em carbono e titânio, o painel de instrumentos em carbono e a alavanca de mudanças à vista que mais saltam à vista.

O motor é um bóxer de seis cilindros e 4.0 litros desenvolvido pela Williams, ainda que tenha por base um bloco original da Porsche. Debita 507 cv de potência às 9.000 RPM’s e apesar de continuar a ser atmosférico, está montado um pouco mais à frente do que o do modelo original. É refrigerado por ar e conta com válvulas e sistema de escape em titânio, e com muitos componentes em fibra de carbono. Este motor surge associado a uma caixa manual de seis velocidades  em magnésio feita à medida pela Hewland, sendo que para o travar a escolha da Singer recaiu sobre um sistema de discos carbocerâmicos e pinças da Brembo.

A suspensão de duplos triângulos também ficou a cargo da Williams Advanced Engineering, sendo que os amortecedores, feitos à medida, podem ser ajustados remotamente. A suspensão, tal como tudo em torno deste projecto, foi pensada e feita para pesar o menos possível, sendo que a Singer conseguiu a enorme proeza de manter o peso total deste Porsche abaixo dos 1000 quilos. Este 911 pesa 990 quilos, praticamente o mesmo que um Smart ForFour (970 kg!).

A Singer tem por estes dias dois exemplares deste Porsche 911 Reimagined by Singer - Dynamics and Lightwighting Study expostos no Festival de Velocidade de Goodwood, e apesar de ninguém saber ao certo o valor destas criações (deverá ultrapassar o milhão de euros… antes de impostos!), a vontade da pequena empresa com sede na Califórnia é produzir um total de 75 exemplares.