Conheça as 5 gerações Civic Type R

A nova geração do Honda Civic Type R chega a Portugal no final do Verão. Poderia ser mais um lançamento num período que vai ser fértil na apresentação de novidades, mas este é um modelo diferente. É um desportivo "da verdade" e, se isso não fosse suficiente, é já um ícone no campo dos desportivos compactos, um verdadeiro modelo de culto para muitos apaixonados pelo prazer de condução.

1997-2000. Tudo começou em 1997, no final de uma década em que a Honda chegou aos píncaros da fama com o sucesso dos seus motores de F1 e com tecnologias como o sistema VTEC no comando das válvulas. Type R foi a referência assumida para os modelos de série com carácter vincadamente desportivo e surgiu pela primeira vez no Integra Type R.

Mas pouco tempo depois surgiu o primeiro Civic com estatuto "Type R". Foi a sexta geração de um dos modelos mais populares da marca, um hatchback de três portas. A mecânica teve por base o Integra Type R. O motor aspirado com 1.6 litros de cilindrada debitava 185 cv e o habitáculo espartano procurava maximizar a relação peso/potência. Era um modelo com potencial em termos de competição, mas a Honda nunca avançou para a sua exportação para a Europa, apesar da importação paralela ter trazido alguns modelos para o nosso continente.

2001-2005. O interesse pelo Civic Type R obrigou a Honda a repensar a sua estratégia e foi decidido apostar na fábrica de Swindon, em Inglaterra onde, lado a lado com os outros modelos, passaram a ser construídos os Type R "made in UK" para o mercado europeu, mas não só...

O Civic Type R de 2001 foi desenvolvido com base num hatchback de três portas e o motor debitava 200 cv com uma caixa manual de seis velocidades. A potência do motor surpreendia, as performances surpreendiam, mas a imagem era "pacífica". Podia passar de 0 a 100 km/h em 6,5 s e chegar aos 227 km/h.

2007-2011. A 30 de Março de 2007 foi apresentada a terceira edição do Civic Type R. Contou pela primeira vez com uma carroçaria de quatro portas no Japão, apesar de se manter a arquitectura de três portas na Europa. A carroçaria era mais volumosa e mais pesada.

A distância entre eixos aumentou de 2,57 para 2,7 metros, o que melhorou a estabilidade direccional. Foi adoptado o motor de quatro cilindros dos Accord Euro R CL7, que debitava 225 cv, com um binário de 193 Nm às 5.600 rpm. A transmissão passava por uma caixa de seis velocidades e por um autoblocante viscoso.

2015. Foi o primeiro Civic Type R a contar com um motor 2.0 litros turbo, capaz de garantir 310 cv de potência. Manteve a caixa manual de seis velocidades mas passou a contar com um autoblocante (opcional) gerido electronicamente.

Em 2017 a Honda apresentou a nova gama Civic cuja plataforma deu origem ao novo Civic Type R, onde uma carroçaria mais volumosa, uma maior distância entre eixos e uma aerodinâmica mais eficaz, permitiram maximizar o carácter deste pequeno-grande desportivo cujo motor 2.0 VTEC Turbo passou a oferecer 320 cv de potência.

Em 20 anos, a potência do motor 1.6 VTEC passou de 185 cv para os 320 cv. Mas, mais do que o ganho de 135 cv – já de si bem expressivo –, há alterações radicais que passam pelas tecnologias que estão adjacentes ao mundo automóvel e que vão da aerodinâmica à electrónica. É por estas e por outras que o fantástico Civic 1.6 VTEC Type R parece algo velho e quase decadente face ao novo Civic 2.0 Turbo Type R de 320 cv..