Mercedes AMG GLC 43 em ensaio

Quem ouvir falar num motor 3.0 V6 biturbo com 367 cv vai associar imediatamente estas características a um grande desportivo, talvez um coupé. Mas este é o cartão de visita do Mercedes AMG GLC 43, um SUV para quem gosta de emoções fortes...

DESIGN. O GLC é um SUV compacto nos seus 4,66 metros de comprimento e marca um importante salto qualitativo face ao seu antecessor GLK, afirmando-se como uma grande alternativa num segmento que não pára de crescer. Para além da gama (dita) "normal", a AMG avançou com uma proposta radical para quem está mais interessado nas performances em estrada do que no desempenho fora dela.

O desenho da carroçaria foi revisto para assegurar a respiração e refrigeração do motor 3.0 V6 biturbo de 367 cv, a altura ao solo foi reduzida para potenciar o comportamento dinâmico, a aerodinâmica foi repensada e as vias foram dilatadas, o que obrigou a alargar as cavas das rodas e permitiu a adopção de jantes de 19 polegadas com pneus 235/55 à frente e 255/50 atrás.

Gostamos da imagem, mas dispensamos os "patins" laterais que têm um aspecto demasiado "tuning" e dificultam, em vez de facilitar, o acesso ao habitáculo.

HABITÁCULO. Face aos restantes GLC do catálogo, as alterações desta opção passam basicamente pelos detalhes e acabamentos. É certo que o volante AMG, as baquets, os pedais em alumínio ou os cintos de segurança vermelhos fazem a diferença, mas são opcionais e custam dinheiro...

Este, como qualquer outro dos GLC, não merece críticas ao nível da habitabilidade, apesar de não ser uma referência no espaço disponível para os ocupantes dos bancos traseiros. Mas estas questões ficam fora de contexto face ao carácter desportivo desde GLC 43 AMG.

AO VOLANTE. Quem tira prazer da condução não pode resistir a um motor como este 3.0 V6 biturbo. É apaixonante, independentemente da forma como o olharmos. Mas por muito evoluído que seja este bloco, que herdou muita da tecnologia desenvolvida para a F1, nada seria igual sem tudo o que lhe está associado.

O carácter desportivo é sublinhado pela eficácia da caixa automática de nove velocidades que aproveita todas as rotações para responder uma resposta rápida a qualquer regime, com vários modos de condução que vão do "Comfort" ao "Sport +".

A tracção total permanente 4MATIC, que nos outros modelos abre a porta aos maus caminhos, neste caso coloca no chão todos os cavalos para permitir passar de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, e o seu sistema de gestão "inteligente", no modo "Sport +" e com o controlo de tracção (ESP) desligado, deixa escorregar as rodas traseiras em aceleração, num estilo (quase) "drift". Vale a pena tentar, mas será por sua conta e risco, porque não nos podemos esquecer que este SUV pesa mais de 1,8 toneladas e tem uma altura ao solo que nada tem a ver com a de um coupé. E isso faz toda a diferença...

A direcção é rápida, mas não é tão comunicativa como a que encontramos num C Coupé AMG e, apesar do reduzido adornamento da carroçaria, o comportamento sobrevirador (frente a escorregar) acaba por ser evidente nas curvas abordadas com mais optimismo. O melhor é inserir o carro em curva e aguardar que a suspensão "dobre", antes de acelerar a fundo para sair em força. É certo que estas são situações limite, mas este GLC 43 AMG convida a ir até aos limites...

Ficha técnica

Motor V6 biturbo

Cilindrada (cc) 2.996

Potência máxima (cv/rpm) 367/5.500

Binário máximo (Nm/rpm) 520/2.500-4.500

Velocidade máxima (km/h) 250 (limitada)

0 a 100 Km/h (s) 4,9

Consumo médio (l/100 km) 7,3

Emissões de CO2 (g/km) 199

Preço desde (€) 83.650

+ CARÁCTER. Pode ser um SUV, mas também é um grande desportivo capaz de garantir todo o prazer de condução.

- FISCALIDADE. É um 4x4 e no nosso país paga por isso, apesar de não fazer qualquer sentido porque a tracção total começa por potenciar a segurança.