Já conduzimos o VW Arteon na sua versão mais acessível

A berlina com ar mais desportivo da VW começou por se chamar Passat CC, foi ganhando independência na segunda geração tornando-se simplesmente CC e, agora, assumiu estatuto de modelo topo-de-gama ente os ligeiros de passageiros, com o fim do Phaeton. Recebeu, para isso, não só um estilo muito próprio e visualmente atraente mas também um nome específico, Arteon.

DESIGN. São as inúmeras barras horizontais que nos chamam, primeiro, a atenção, ocupando toda a secção fontal e ligando as ópticas em LED. Dão uma sensação de que o Arteon quer tomar conta da estrada e é essa forte presença que os "designers" da VW conseguiram transmitir a todo este conjunto. Claro que as dimensões também ajudam, com um crescimento significativo face ao Passat que lhe serve de base: mais 9,5 cm em comprimento (4,86 m) e 4 cm em largura (1,87 m), perdendo 0,6 cm em altura (1,45 m) pela sua forma mais desportiva.

Mas todo o "desenrolar" do carro até à traseira com o tejadilho em forma descendente como nos "coupés" se faz de forma harmoniosa e bem proporcionada, terminando numas ópticas traseiras finas e de particular elegância. Mais que vê-lo parado nas imagens, o VW Arteon consegue ter, de facto, uma forte presença na estrada, conseguindo um equilíbrio notável entre a elegância das linhas e a agressividade da dianteira de um modelo que se quer impor como um topo-de-gama.

HABITÁCULO. Usando a mesma plataforma MQB do Passat, este Arteon ganhou 4 cm na distância entre eixos (e vias milimetricamente mais largas), devendo ter ido todos para o espaço para as pernas dos passageiros do banco de trás que é enorme! O interior não difere muito do da berlina/carrinha, sendo bem construído e com bons materiais. A versão Elegance experimentada tem bancos dianteiros com bom apoio e comandos quase totalmente eléctricos, apenas o ajuste longitudinal (para a frente ou para trás) é manual.

Nesta versão, já com bastante equipamento de série, em especial nas assistências à condução, mas com uma lista de opcionais… ainda maior, os comandos no habitáculo não são demasiados, tornando o uso do Arteon fácil e intuitivo. Talvez os botões no volante sejam demasiado pequenos, mas pode ser apenas uma questão de hábito…

Se o painel de instrumentos é totalmente digital com o grande ecrã de 12,3’’, é no meio do "tablier" que está o centro de comando, no ecrã táctil de 9,2’’ do sistema Discover Pro em que algumas funções são até comandáveis por um simples gesto. Claro que o Arteon está preparado para todas as conectividades actualmente indispensáveis, com a App Connect que permite a "integração" no automóvel dos "smartphones", por já incluir o MirrorLink, Apple CarPlay e Android Auto.

Especial neste habitáculo é, obviamente, a bagageira que, mesmo ficando 23 litros abaixo da da berlina, ainda é das maiores do segmento, com 563 litros! Com a vantagem de um magnífico acesso pela grande quinta porta de funcionamento eléctrico – que pode ser comandada, se tivermos as mãos ocupadas, passando o pé por baixo do pára-choques traseiro – além de pode atingir os 1557 litros pelo rebatimento dos bancos, na proporção 40:60.

AO VOLANTE. Poderia parecer, à partida, que o motor 2.0 TDI de 150 cv seria "curto" para uma berlina do arcaboiço deste Arteon. É claro que a VW tem uma proposta Diesel mais poderosa, o 2.0 TDI de 240 cv, e até uma versão a gasolina 2.0 TSI de 280 cv e tracção integral, mas são muito mais caras e… gastam muito mais!

E a verdade é que, muito bem auxiliado pela sempre magnífica caixa automática DSG de 7 velocidades, o 2.0 TDI de 150 cv até se despacha muito bem. Notámos uma fracção de segundo de hesitação quando carregámos no acelerador para ganhar rapidamente velocidade (numa ultrapassagem, por exemplo), mas no geral a função foi cumprida com brilhantismo e com consumos muito frugais para um carro deste tamanho: não os 4,5 l/100 km anunciados, mas não é difícil andar na casa dos 6,5 l/100 km.

Pela maior distância ente eixos e pelas vias mais largas, nota-se uma estabilidade grande no Arteon, até mais importante nas viagens em auto-estrada pela insensibilidade aos ventos laterais, mas também pela forma competente com que enfrenta vias sinuosas. Mas o principal destaque tem de ir para o nível de conforto, tanto pelo correcto amortecimento, como pela muito boa insonorização. Afinal, o Arteon passou a se o topo-de-gama da VW, merecendo cuidados especiais!

O preço-base do VW Arteon 2.0 TDI 150 cv DSG Elegance é de 47.815 €, mas a unidade ensaiada tinha diversos extras, começando logo pela pintura metalizada (580 €) ou, só para falar das duas mais caras, os faróis em LED com Dynamic Light Assist (1180 €) ou a função Easy Open para a bagageira (1050 €), acabando por elevar bastante a "factura" final…

Ficha técnica

Motor: 2.0 TDI
Cilindrada (cc): 1 968
Potência máxima (cv/rpm): 150/3 500 – 4 000
Binário máximo (Nm/rpm): 340/1 750 – 3 000
Velocidade máxima (km/h): 220
0 a 100 km/h (s): 9,1
Consumo médio (l/100 km): 4,5
Emissões de CO2 (g/km): 116
Preço modelo ensaiado: 52.925 €

+ ESTILO E ESPAÇO. Um VW emocional?! Sim, é verdade, o "design" desta Arteon dá-lhe uma presença em estrada que capta os olhares e vira muitas cabeças! E o espaço, seja para as pernas ou na bagageira, é descomunal

- ACESSO E EQUIPAMENTO. O espaço atrás é generoso mas a forma da carroçaria, mais baixa, pede alguns cuidados ao entrar… O nível Elegance é o da entada na gama mas, num carro que pretende ser já de estatuto, podia estar mais "recheado".