G.P. Bahrain: Vettel foi herói em batalha final intensa com Bottas!

Há oito anos que a Ferrari não ganhava duas corridas consecutivas e… há 14 que não vencia as duas provas de abertura de um Mundial! Mas Sebastian Vettel está imparável e, no G.P. do Bahrain, superou todas as dificuldades. E foi um autêntico herói na forma como agarrou o 1.º lugar em que se colocara à partida e se defendeu dos ataques de Valtteri Bottas quando já estava "sem" pneus, terminando com apenas 0,6 s de vantagem. O suficiente para alargar a vantagem no Mundial de Pilotos para 17 pontos sobre Hamilton.

O arranque foi, como de costume no Bahrain, superagitado e se Vettel manteve o comando, Bottas cumpriu a missão que a Mercedes lhe tinha destinado, dividindo os dois Ferrari, enquanto Hamilton, apesar de um arranque fantástico em que chegou a ganhar posições, voltou ao 9.º lugar por ter mil cuidados. Verstappen voou de 15.º a 10.º mas, ao forçar a passagem por Hamilton, os dois carros tocaram-se e o holandês sofreu um furo. Quase ao mesmo tempo em que o Red Bull de Ricciardo se desligava por completo, o início de um prematuro duplo abandono, já que Verstappen também pararia logo a seguir…

Hamilton recuperaria rapidamente até 4.º, incluindo uma espectacular tripla ultrapassagem no final da recta da meta (Alonso, Ocon e Hulkenberg de uma vez só!) e mais fáceis por Magnussen e o fantástico Gasly que continuava a ser o melhor do segundo pelotão com o Toro Rosso/Honda! Começava aqui a "batalha estratégica" e quando os pneus dos Ferrari começaram a falhar, com Bottas a ganhar terreno a Vettel, a Scuderia montou pneus macios nos seus carros dando a entender que pararia uma segunda vez. A Mercedes respondeu com pneus médios apontando a uma única paragem…

O "suspense" ficou: conseguiria Vettel levar o Ferrari na frente até ao fim, pois tinha ficado sem margem para parar segunda vez… até para Hamilton?! As coisas ficariam mais complicadas para a Scuderia quando chamou Raikkonen para lhe montar pneus supermacios para atacar Bottas mas tudo correu horrivelmente mal: a roda traseira-esquerda nem chegou a sair e o finlandês recebeu ordem para arrancar, atingindo um mecânico que foi para o centro hospitalar do circuito com uma perna partida.

Só com um carro em prova – e muitas explicações para dar à FIA, pois foi a segunda vez no fim-de-semana que deixou sair um carro que não estava em condições… – a Ferrari ficou de mãos atadas e Vettel limitado a ir até ao fim com os mesmos pneus macios. Ou seja, fazer 39 voltas com uns pneus macios que a Pirelli dizia aguentarem… 30 voltas. O alemão tratou de forçar o ritmo para abrir 8 s de avanço para Bottas a 14 voltas do fim, Hamilton ficava sem "joker" para passar o alemão…

Muito fez Vettel para cuidar dos seus pneus, mas Bottas tinha pneus em melhor estado e chegava-se curva após curva. Um final de uma intensidade como há muito não se via, Vettel bem gostaria de ter um 200.º G.P. mais tranquilo, Bottas dava tudo para entrar na margem do DRS, o alemão procurava fugir com uns pneus que já mal agarravam… Vettel, inteligentemente, guardava toda a energia eléctrica para se defender do DRS do Mercedes e conseguiu o que já ninguém acreditava ser possível! "Estes pneus estavam nas lonas nas últimas dez voltas! Que corrida!", desabafava Vettel e com razão, depois de uma corrida enorme!

Como o texto já vai longo, uma enorme vénia para a fabulosa corrida de Pierre Gasly e da Toro Rosso/Honda, com um espectacular 4.º lugar. O francês (é bom tê-lo debaixo de olho!) fez uma corrida solitária e inteligente, evitando duelos que não podia ganhar (Hamilton) e cumprindo com rigor a estratégia que a equipa lhe reservara. Um prémio fantástico para a pequena equipa de Faenza e para a Honda que bem porfiou e está agora a colher os frutos, vendo os McLaren em 7.º e 8.º, atrás de um Magnussen que confirmou a qualidade do Haas e de Hulkenberg que se debateu com problemas de bateria no Renault.

Última palavra para os magníficos pontos conseguidos por Ericsson para a Sauber e para o 10.º lugar de Ocon. As emoções da F1 continuam já no próximo fim-de-semana, com o Mundial a fazer uma rápida transferência para Xangai, para disputar a terceira prova, o G.P. da China.